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terça-feira, 26 de maio de 2009

Diretor revela detalhes de série gay que estreia no Brasil em 2010




Cenário: Praia de Ipanema, Rio de Janeiro. Personagens: Um escritor, um dono de um salão de depilação e um jogador de vôlei. Ingredientes que parecem fazer parte do roteiro de uma típica novelinha adolescente, mas que, na verdade, compõem o piloto de uma série que promete revolucionar a forma como a homossexualidade é retratada na televisão brasileira.

Produzida pela Cabiria Entertainment, com sede em Los Angeles, a série "caRIOcas" utiliza casting 100% nacional para narrar as vidas de personagens aparentemente comuns que têm a mesma orientação sexual. A trama do programa, que está em fase de pós-produção, traz histórias impactantes e polêmicas, como toda boa série de TV.

Segundo o criador e diretor da série, André Mello, que também assume as funções de ator e produtor, "caRIOcas" pretende ir na contramão das produções brasileiras, que ainda dão pouco espaço à temática LGBT. "A ideia surgiu em parte da minha frustração com a televisão brasileira e com a falta de programação voltada a esse público", contou Mello em entrevista ao site A Capa. "Tive vontade de documentar a vida dos homens gays no Rio de Janeiro e no Brasil."

Em Los Angeles, onde mora há mais de 13 anos, Mello ouve constantemente a opinião de que o Rio é uma cidade "liberal". Por isso, a escolha da cidade para servir como pano de fundo não poderia ter sido outra. "Os turistas dizem isso com base em uma semana do ano, o Carnaval, ou na experiência que tiveram na Zona Sul e em alguns metros de praia, na rua Farme de Amoedo", relata. "Mas o Rio é uma cidade imensa e complexa. É isso que eu quero mostrar: não só a elite carioca, mas todas as classes e raças."

Os protagonistas de "caRIOcas" são Rodrigo (André Mello), um escritor que volta a morar no Brasil após anos trabalhando nos Estados Unidos; Marcos (Luciano Sant´Anna), dono de um salão de depilação; Paulo (Marcello Melo Jr.), jogador de vôlei de praia; Caio (Dionis Tavares), assistente de Paulo e apaixonado pelo chefe; Felipe (João Victor Lima), ex-namorado de Rodrigo que faz de tudo para conquistá-lo novamente; e finalmente Léo (Sérgio Menezes), militar casado que vive uma relação hétero e, ao mesmo tempo, tem um affair com Marcos.

O personagem de Rodrigo é a síntese do que a série quer mostrar: o fato de que homossexualidade pode ser sim encarada com mais naturalidade. "Rodrigo evita o Brasil a todo custo porque não se sente à vontade no seu próprio país", diz Mello. "Ele está ansioso para acelerar a 'evolução' da mentalidade dos cariocas e acaba se complicando, fazendo que o assistente de Paulo, Caio, adolescente do subúrbio do Rio, seja expulso de casa pela mãe evangélica", destaca o diretor.

Com previsão de estreia para o ano que vem, o piloto de "caRIOcas" foi apresentado para canais pagos, entre eles Multishow e GNT. "Estamos explorando todas as possibilidades para fazer com que a série alcance o maior número de pessoas possível", diz Mello, que torce para que a temática homossexual seja bem recebida pelo público brasileiro. "A intenção era criar uma série com personagens complexos e ricos. Personagens que têm famílias, namorados, esposas, mãe e pai, assim como todas as pessoas", afirma. "Também pensamos que não poderíamos excluir o telespectador heterossexual. Acho importante que eles assistam e descubram que as pessoas têm muito mais em comum do que se pensa."

Em relação à resistência de possíveis anunciantes, o diretor é prudente em afirmar: "Ainda é cedo para falar sobre isso, mas nos Estados Unidos o público gay é considerado um ótimo consumidor. No Brasil, os desafios são maiores, mas estou otimista."

Para o diretor, a TV precisa mostrar personagens gays de forma mais explícita e menos estereotipada, inclusive exibindo beijos entre eles. "Passei os últimos seis meses no Rio de Janeiro e o que vi me decepcionou muito. Em vários casos fiquei com raiva e muito chateado", relembra. "Acho inacreditável que o gay só seja retratado de forma cômica e ridícula. Acho que programas de comédia deveriam parar de usar palavras ofensivas como '...', 'boiola' e 'bicha', ainda por cima em rede nacional", critica. "Acho uma vergonha para o país."

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